De acordo com a publicação mais recente do Instituto Nacional de Câncer/Ministério da Saúde, o câncer do colo do útero posiciona-se como o terceiro mais comum na população feminina, excetuando-se o câncer de pele do tipo não melanoma. A incidência do câncer do colo do útero no Brasil, para cada ano do triênio 2020-2022, é de 16.590, com um risco estimado de 15,43 casos a cada 100 mil mulheres.
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A estimativa mundial mais atualizada, publicada pela Organização Mundial de Saúde (Globocan 2012), revela que o câncer do colo do útero é o quarto câncer mais frequente em todo o mundo, estimativa de 570 mil casos novos/ano, o que representa 3,2% de todos os tipos de câncer.
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A regionalização evidencia o quanto a situação é heterogênea e ainda uma dramática questão de saúde pública no Brasil, pois o câncer do colo do útero é o segundo mais incidente nas regiões Norte (21,20/100 mil), Nordeste (17,62/100 mil) e Centro-Oeste (15,92/100 mil). Já na região Sul (17,48/100 mil), ele ocupa a quarta posição e na região Sudeste (12,01/100 mil), a quinta posição.
FATORES DE RISCO
O principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer do colo uterino é a infecção pelo papilomavírus humano (HPV). A infecção pelo HPV é uma doença sexualmente transmissível (DST), sendo o HPV 16 e o HPV 18 os subtipos mais vinculados ao desenvolvimento do câncer do colo uterino. A vacina contra o HPV é uma medida fundamental para a prevenção primária do câncer do colo do útero e no Brasil o Ministério da Saúde já a incorporou ao calendário vacinal. A vacina tetravalente contra o HPV é indicada para meninas de 9 a 13 anos e protege contra os subtipos 6, 11, 16 e 18. É muito importante destacar que mesmo as mulheres vacinadas devem se submeter ao exame anual de Papanicolau, o chamado exame preventivo do colo do útero. Esse exame é a base para a detecção precoce e para a realização de procedimento ou cirurgia curativa.
Outros fatores de risco para o câncer do colo uterino são: a imunossupressão ou deficiência imunológica (infecção pelo HIV, por exemplo), a atividade sexual precoce e com múltiplos parceiros, a multiparidade, o uso prolongado de anticoncepcionais orais e o tabagismo. Dentre os fatores de proteção e prevenção destacamos os métodos de barreira, como os preservativos sexuais masculino e feminino.
SINAIS E SINTOMAS
Em relação aos sinais e sintomas mais comuns, devemos ressaltar que eles são inespecíficos e já podem indicar uma doença em estágios mais avançados, sem perspectivas curativas. O sangramento vaginal, o corrimento ou a secreção vaginal mais espessa e com odor mais forte, a dor vaginal, a dor e a hemorragia após a relação sexual e a dor na região abaixo do umbigo, a região pélvica são alguns sinais e sintomas.
Portanto, a mensagem principal nesse Março Lilás, mês de conscientização sobre o câncer do colo do útero, é a seguinte: A prevenção pela vacinação, pela adoção de hábitos saudáveis e pelo exame anual de Papanicolau é a base para a garantia da saúde e para os melhores desfechos clínicos ou cirúrgicos, ou seja, a obtenção da cura.
Dr. Bruno de Araújo Lima França
CRM 52 72110-7
Conheça o currículo
Graduação:
Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro- UFRJ (2001)
Especialização:
Residência em Clínica Médica pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), 2003 ; Residência em Cancerologia Clínica pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), 2005
Transplante de Células Tronco Hematopoiéticas pela Universidade Estadual de Campinas- UNICAMP (2006)
MBA Executivo em Administração-Gestão de Saúde pela Fundação Getúlio Vargas – FGV (2018)
Atuação profissional:
Diretor Médico e Oncologista Clínico do CON – Oncologia, Hematologia e Centro de Infusão
Referências adicionais:
Membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica
Membro da Sociedade Europeia de Oncologia Clínica (ESMO)